terça-feira, maio 13

A universalidade do desígnio de Deus (Gálatas)

Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus.” (Gl 3,28)
O objectivo desse pequeno parágrafo é apresentar a dimensão universal do desígnio de Deus tendo em vista que tudo o que Deus fez, Ele o fez tendo em vista que o homem pecou. Deste modo, compreendemos que a pregação de Paulo é de carácter universal. Em Cristo a salvação é para todos. A opção fundamental de Paulo é estar com Cristo, ser um com Ele. Isso tem um impacto sobre a lei. A salvação muda de locus. Do Templo para o coração do homem. Deixa o carácter particular da observância da Lei para o universal que é o amor. A salvação está na total adesão a Cristo. Um gentio, mesmo sem ser circuncidado e se filiar ao judaísmo, pode, pela fé em Cristo se tornar plenamente cristão e participar dessa nova realidade, a ressurreição de Cristo. Justificado em Cristo, o ser humano vive uma nova vida, sem deixar de ser o que é. Caminha, assim, com os pés na terra, mas tem os olhos voltados para os céus, de onde lhe vem a Salvação.
O desígnio salvador de Deus pode ser acolhido por qualquer ser humano, independente das circunstâncias em que se encontra. Deus está presente em todas as realidades históricas e existenciais nas quais vivemos. Deus se faz próximo para que o homem possa se tornar seu próximo. “Pois aquele que operou em Pedro, para o apostolado dos circuncisos, operou também em mim, em favor dos gentios” (Gl 2,8). Paulo, ao evangelizar as comunidades judeo­cristãs da Galácia, enfrenta uma realidade concreta, ou seja, encontra os gálatas escravos da lei, principalmente da circuncisão. Apresenta para eles a possibilidade de uma vida nova, a vida no Espírito de Deus. A submissão à lei, porém, está tão enraizada no seu coração, que todo convertido ao cristianismo, para ser aceito como cristão, deveria passar pela circuncisão. Grande é a missão de Paulo em lhes mostrar a nova vida em Cristo; a liberdade e não a escravidão. Recorremos à Carta aos Romanos para compreender tal posicionamento de Paulo: “Estará então a Lei contra as promessas de Deus? De maneira nenhuma! Pois, se tivesse sido dada uma lei que fosse capaz de dar a vida, a justiça viria realmente pela Lei.
Só que a Escritura tudo fechou sob o pecado, para que a promessa fosse dada aos crentes pela fé em Jesus Cristo.” (Rm 3,21-22)

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