quinta-feira, fevereiro 28

As comunidades paulinas.

Enquanto leitora "apaixonada" de Paulo, embora ainda só tenha lido 3 das suas cartas ( todas proto-paulinas ), sinto um vazio; é que não consigo caracterizar nenhuma das comunidades às quais o Apóstolo dirigiu estas Epístolas,quanto à sua constituição: tipos pessoais, vivências,ocupações,nº de irmãos,relações pessoais,sociais,socio-profissionais, entre outros aspectos.

Estou a falhar,certamente. Mas em quê?

Lucília Sombreireiro

Seguindo as pegadas de Paulo…

Paulo de Tarso (nome original - Saul) ou Apóstolo Paulo é considerado por muitos cristãos como o mais importante discípulo de Jesus e, depois de Jesus, a figura mais importante no desenvolvimento do Cristianismo nascente.
Paulo de Tarso foi um apóstolo diferente dos demais, por ter dado maior ênfase aos irmãos gentios, pois sentia-se chamado a ir ao seu encontro uma vez que se encontravam espalhados pelo mundo (Actos 13, 47). Paulo era um homem culto, que frequentou uma escola em Jerusalém (a Escola de Gamaliel) mas também tinha percorrido os caminhos do Templo (era Fariseu). Destaca-se dos outros apóstolos pela sua cultura, considerando-se que na sua maioria seriam pescadores. No entanto, eram ungidos e cheios do Espírito Santo como ele havia sido. A língua materna de Paulo era o grego e é provável que também dominasse o aramaico.
Educado em duas culturas (grega e judaica), Paulo fez muito pela difusão do Cristianismo entre os gentios (daí se lhe atribuir o título de Apóstolo dos Gentios) e é considerado uma das principais fontes da doutrina da Igreja. As suas Epístolas formam uma secção fundamental do Novo Testamento de tal modo que alguns afirmam que ele foi quem verdadeiramente transformou o cristianismo numa nova religião, e não mais uma seita do Judaísmo.
Foi a mais destacada figura cristã a favorecer a abolição da necessidade da circuncisão e dos estritos hábitos alimentares tradicionais judaicos. Esta opção teve a princípio a oposição de outros líderes cristãos, mas, em consequência desta revolução, a adopção do cristianismo pelos povos gentios tornou-se mais viável, ao passo que os Judeus mais conservadores, permaneceram fiéis à sua tradição.
Paulo escreveu várias epístolas para as comunidades que visitara, pregando e ensinando as máximas cristãs. As cartas relacionadas a seguir (conhecidas como Corpus Paulinum) são aquelas que, tradicionalmente, são atribuídas a Paulo:
Romanos
I Coríntios
II Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
I Tessalonicenses
II Tessalonicenses
I Timóteo
II Timóteo
Tito
Filémon
Hebreus, anónima, mas tradicionalmente atribuída a Paulo.

domingo, fevereiro 24

PAULO BEBEU da FONTE

Hoje, ao acordar, pensei em Paulo. E pensei que ele não é só, e nem especialmente, o Apóstolo das repreensões! Paulo é, acima de tudo, o Poeta do AMOR. Canta-o como ninguém!
Parte da Fonte mais segura - a única inesgotável, a que jorra para todos sem excepção. Sente-se ébrio, devido a um fruto/alimento muito especial!
Quem dera ser capaz de tal embriaguês, de fazer o Caminho até essa Fonte segura e certa, que se encontra onde quisermos. Todavia, como sou cega. A Fonte não é nem imperceptível nem invisual – o problema está em mim, a cegueira está em mim! Deus é Amor, e esse Amor, Paulo (re) descobre-o no Mistério Pascal. Qual trovador, o Apóstolo nunca deixou de falar, cantar, aclamar, gritar esse mesmo Amor. Não o amor que qualquer um canta nos seus cantares, mas O Único que é fiável, o Único que não engana, nem se deixa enganar, - qual porto seguro, Cristo, nossa Páscoa! O mesmo Amor que o trovador Afonso X canta nas Cantigas de Santa Maria.
Como nos diz Hans von Balthasar, só o Amor é digno de Fé!

Paulo entendeu-o e cantou-o como ninguém em “melodias”, umas mais leves, outras menos suaves, outras com palavras tão duras que transmitem estranheza num leitor menos familiarizado com a linguagem do Apóstolo, isto é, um leitor que esteja mais virado para a letra do que para o espírito.
Sem “meiguice”, mas sempre pensada, a tessitura do texto Paulino leva-nos sempre para além da letra.
Nem sempre sei, ou antes, raramente sei o que o Apóstolo visa ao certo, mas é precisamente o desafio da descoberta que é fascinante e estimulante – é essa busca que nos obriga à desconstrução textual – qual enriquecimento, enquanto produção de sentidos.
Todavia, sabemos que o fio condutor de Paulo bebe sempre na FONTE inesgotável que é CRISTO, nossa PÁSCOA!

Sinopse cronológica da vida, actividade e epístolas do apóstolo Paulo