domingo, fevereiro 24

PAULO BEBEU da FONTE

Hoje, ao acordar, pensei em Paulo. E pensei que ele não é só, e nem especialmente, o Apóstolo das repreensões! Paulo é, acima de tudo, o Poeta do AMOR. Canta-o como ninguém!
Parte da Fonte mais segura - a única inesgotável, a que jorra para todos sem excepção. Sente-se ébrio, devido a um fruto/alimento muito especial!
Quem dera ser capaz de tal embriaguês, de fazer o Caminho até essa Fonte segura e certa, que se encontra onde quisermos. Todavia, como sou cega. A Fonte não é nem imperceptível nem invisual – o problema está em mim, a cegueira está em mim! Deus é Amor, e esse Amor, Paulo (re) descobre-o no Mistério Pascal. Qual trovador, o Apóstolo nunca deixou de falar, cantar, aclamar, gritar esse mesmo Amor. Não o amor que qualquer um canta nos seus cantares, mas O Único que é fiável, o Único que não engana, nem se deixa enganar, - qual porto seguro, Cristo, nossa Páscoa! O mesmo Amor que o trovador Afonso X canta nas Cantigas de Santa Maria.
Como nos diz Hans von Balthasar, só o Amor é digno de Fé!

Paulo entendeu-o e cantou-o como ninguém em “melodias”, umas mais leves, outras menos suaves, outras com palavras tão duras que transmitem estranheza num leitor menos familiarizado com a linguagem do Apóstolo, isto é, um leitor que esteja mais virado para a letra do que para o espírito.
Sem “meiguice”, mas sempre pensada, a tessitura do texto Paulino leva-nos sempre para além da letra.
Nem sempre sei, ou antes, raramente sei o que o Apóstolo visa ao certo, mas é precisamente o desafio da descoberta que é fascinante e estimulante – é essa busca que nos obriga à desconstrução textual – qual enriquecimento, enquanto produção de sentidos.
Todavia, sabemos que o fio condutor de Paulo bebe sempre na FONTE inesgotável que é CRISTO, nossa PÁSCOA!

6 comentários:

zeferino disse...

Ola vizinha, que bom saber que afinal ha pessoas com esta capacidade de actualizar o rigor da mennsagem de S. Paulo; gostei muito a forma como apresentaste Paulo como quem bebeu de uma fonte, e no meio do seu texto a ligação em certos autores também fez -me pensar que afinal é possivel acctualizar Paualo nos nossos dias, e a terminologia do seu último paragrafo foi escatológico não so por teres terminado com a dimensão pascal mas por haver uma sequencia da mesma pascoa desde o começo do seu texto até ao fim... sempre zeferino

Lucilia disse...

Olá,Vizinho.Obrigada pelo teu comentário. É sempre agradável sabermos que o que escrevemos agradaa alguém!

Cátia Sofia Tuna disse...

Cilinha... já somos duas cegas!

Cátia Sofia Tuna disse...

Cilinha... já somos duas cegas!

Lucilia disse...

Olá, Catinha. minha Princesa. agora é que estou mesmo às escuras!

Não sei o que queres dizer!!!

Cátia Sofia Tuna disse...

Cilinha, no teu texto afirmas: "Todavia, como sou cega." Eu reconheci-me nesta tua frase... Desculpa a confusão...