quinta-feira, maio 15

Todos que crêem são filhos de Abraão (Gálatas)

Pela fé em Jesus Cristo vem a justificação, caso contrário, diz Paulo, sua morte teria sido em vão (Cf. Gl 2,21). A entrega de Cristo na cruz foi uma obra de amor, não uma obra de obediência à Lei. É pela fé na obra salvadora de Cristo que a humanidade é justificada. Aqui está o sentido objectivo da justificação pela fé e, dentro dele, a pessoa pode fazer uma experiência subjectiva de fé capaz de levar a crer na acção concreta e real de Deus em prol da humanidade.
Paulo, quando fala da fé, num primeiro momento, não se refere imediatamente à fé em Jesus Cristo, mas à fé em Deus, a fé dos pais. Para defender sua tese da justificação pela fé, vai resgatar a figura de Abraão, pai da fé no AT. Lembra que o patriarca foi justificado pela sua fé, não pelas obras da Lei. “Assim foi com Abraão: teve fé em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça. “Ficai, por isso, a saber: os que dependem da fé é que são filhos de Abraão.” (Gl 3, 6-7).
Abraão é o pai da fé, homem da promessa de Deus na qual todos seus descendentes serão abençoados. Abraão transmitiu a fé que todo judeu acreditava ter e, com ele foi abençoado. Todos que crêem são filhos de Abraão e, na fé, serão também abençoados. Aqui só encontramos fé, nada das obras da Lei para receber a bênção. Paulo usa esse argumento para validar seu discurso, pois Abraão era uma autoridade no seu contexto, uma autoridade no livro da Lei. Paulo usa palavras duras como maldição referindo-se aos que são pelas obras da Lei e não pela fé. “É que todos os que estão dependentes das obras da Lei estão sob maldição, pois está escrito: Maldito seja todo aquele que não persevera em tudo o que está escrito no livro da Lei, em ordem a cumpri-lo. E que, pela Lei, ninguém é justificado diante de Deus, é coisa evidente, pois aquele que é justo pela fé é que viverá.” (Gl 3,10-11).

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