quinta-feira, maio 15

A Justificação pela fé (Gálatas)

Sabemos, porém, que o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas unicamente pela fé em Jesus Cristo; por isso, também nós acreditámos em Cristo Jesus, para sermos justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da Lei; porque pelas obras da Lei nenhuma criatura será justificada” (Gl 2, 16).
A tese principal de Paulo sobre a justificação, dita em poucas palavras, é: somos justificados pela fé em Jesus Cristo e não pelas obras da Lei. Para defender sua posição, usará de argumentos da experiência de fé e argumentos analógicos, recorrendo a Abraão, homem de fé que, por ela, foi justificado, antes de existir a Lei. Esse tema perpassa praticamente toda a carta, mas é mais condensado nos versículos de que nos ocupamos. Justificação é um termo ligado à santificação. Deus torna a pessoa santa por graça; não é a pessoa que se santifica, por obra exclusiva sua. Mesmo com todas as falhas humanas, mesmo com o pecado, Deus pelo seu amor torna o homem inocente aos Seus olhos. Esta é a justiça divina e, por ela, o homem é justificado. O povo hebreu tinha essa concepção, mas ela foi se perdendo com a chegada da Lei dada a Moisés no Sinai. Começou-se a valorizar com certo exagero a Lei, que teve sua importância e Paulo o reconhece (cf. Gl 3, 23-24). O apego à Lei como algo jurídico ficou muito forte e se perdeu a noção interior do porquê observá-la. Esquece-se, assim, a experiência de fé, anterior à Lei. Para a maioria dos judeus a acção passa a ser feita de forma mecânica, nas obras da Lei, pelas quais seriam então justificados. Paulo vai de encontro a essa mentalidade e diz que não as obras da Lei, mas a fé é a responsável pela justificação. A contraposição presente em Gl 2,16, entre fé em Jesus Cristo e obras da Lei é uma constante em toda a carta, pois Paulo deseja romper com a Lei e mostrar o verdadeiro caminho, Jesus Cristo, que por sua morte nos libertou por obra e graça de Deus Pai.

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