sábado, maio 31

Tessalónica – volume 5

Fizemo-nos pequenos no meio de vós.
Como a mãe que acalenta os filhos que anda a criar
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1 Tes 2,7-8

A partir daqui, Paulo recorda, sobretudo, o comportamento dos missionários que evangelizaram Tessalónica.

O apóstolo começa por descrever o amor e o afecto de Paulo, Silvano e Timóteo pelos crentes tessalonicenses, recorrendo à sugestiva imagem da mãe... Os missionários foram “como a mãe que acalenta os filhos que anda a criar” [v. 7b] e manifestaram aos tessalonicenses, em todos os momentos e situações, o seu amor, a sua ternura e o seu afecto. Fizeram-se pequenos, humildes e simples, e nunca trataram ninguém com aspereza ou sobranceria; manifestaram a todos a sua afeição, amaram todos com um amor serviçal e desinteressado; colocaram-se ao serviço da comunidade de forma total e incondicional e aguentaram todos os trabalhos e canseiras sem lamentos nem queixumes; partilharam com os membros da comunidade cristã, não só o Evangelho, mas a própria vida [v. 8]. Depois, Paulo faz referência à gratuidade com que os missionários actuaram... Além de pregarem o Evangelho, trabalharam “noite e dia” para não serem pesados para ninguém da comunidade [v. 9]. No que a Paulo diz respeito, é possível que este “trabalho” se refira ao ofício de tecedor de tendas de campanha, que ele provavelmente aprendeu na sua meninice, em Tarso, junto do seu pai. Esse ofício irá ajudá-lo a ganhar o seu sustento [nomeadamente em Corinto, quando Paulo esteve em casa de Priscila e Áquila – cf. Act 18,3] e fá-lo-á sentir-se identificado com todos os outros homens. O que interessa, no entanto, é que Paulo e os seus companheiros não pregaram o Evangelho por interesse pessoal, em vista de qualquer remuneração material. O que os moveu foi apenas o interesse do Evangelho e da salvação de todos os homens e mulheres.

Há ainda uma referência à forma como os tessalonicenses acolheram a Palavra anunciada por Paulo e pelos seus companheiros de missão: receberam-na “não como Palavra humana, mas como ela é realmente, Palavra de Deus”, que permanece activa no coração dos crentes e que os transforma [v. 13].

A comunidade cristã não é só fruto da Palavra proclamada, mas também da Palavra escutada, acolhida e vivida. Os tessalonicenses tiveram, desde logo, a percepção essencial de que a Palavra que lhes foi anunciada era Palavra de Deus e não a palavra de Paulo ou de qualquer outro pregador cristão.

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