sexta-feira, maio 30

Primeira Carta aos Coríntios

A Primeira Epístola aos Coríntios fornece-nos os dados mais precisos acerca da vida das comunidades da Igreja primitiva, em meados do primeiro século da era cristã. Por outro lado e curiosamente, é uma das cartas mais citadas e até um dos livros mais referenciados da própria Bíblia, em especial o, assim chamado, “Hino da Caridade”. De facto este escrito possui um conteúdo rico, inclui passagens acerca da eucaristia (cf 1Cor 11), dos carismas do Espírito Santo (cf 1Cor 12), do Amor/Caridade (cf 1Cor 13) e da ressurreição do corpo (cf 1Cor 15). Além disso, 1Cor 1, 18 versa sobre a mensagem da cruz; 2, 10 acerca da relação entre Deus Pai e o Espírito Santo; 3,8 acerca do trabalho e das recompensas e 3, 11-15 é considerada uma referência para a existência do Purgatório. Em 1Cor 6, 19 Paulo chama os nossos corpos de Templos do Espírito e, em 8, 6-7, expressa uma das verdades essenciais da/para a fé cristã – “para nós, contudo, um só é Deus, o Pai, de quem tudo procede e para quem nós somos, e um só é o Senhor Jesus Cristo, por meio do qual tudo existe e mediante o qual nós existimos”. Uma das passagens mais reconfortantes surge em 10, 13, aí o apóstolo assegura que não seremos provados acima das nossas forças.

Contudo, não pensemos que esta carta é apenas um tratado acerca de vários temas de teologia, como acima afirmámos, este escrito reporta-se a questões concretas que se levantaram na particular comunidade de Corinto, aos quais Paulo, seu fundador, ao ser questionado, responde. No entanto, é necessário realçar também que o apóstolo, no texto que temos entre mãos, não o faz de uma forma “inocente”, A Primeira Epístola aos Coríntios, insere-se num ciclo de correspondência entre o missionário e a comunidade, mas está redigida segundo os cânones da boa retórica clássica. Paulo não deixa nada ao acaso e nada descura, no que toca a cativar os seus “filhos” para a verdade.

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