segunda-feira, maio 12

O Evangelho na vida de Paulo (Gálatas)

“11Com efeito, faço-vos saber, irmãos, que o Evangelho por mim anunciado, não o conheci à maneira humana; 12pois eu não o recebi nem aprendi de homem algum, mas por uma revelação de Jesus Cristo.” (gel 1,11-12)
À luz dessa verdade, Paulo presenteia-nos com uma compreensão significativa da identidade cristã, ao nos mostrar que o cristão autêntico é aquele que vive uma verdadeira experiência de união com Cristo – elemento central do Evangelho anunciado por Paulo. De perseguidor a testemunha viva da Palavra de Jesus, homem que buscou a verdade, encontrada enfim às portas de Damasco, Paulo fez uma profunda experiência de encontro com Cristo. A partir daí, transformou-se num guardião do pensamento cristão. “15Mas, quando aprouve a Deus - que me escolheu desde o seio de minha mãe e me chamou pela sua graça - 16revelar o seu Filho em mim, para que o anuncie como Evangelho entre os gentios, não fui logo consultar criatura humana alguma” (gel 1, 15-16).
Esse pensamento tem como base à expectativa do Messias, Cristo Jesus, e do Reino. Em Cristo, a Redenção acontece, no âmbito da fé no Reino de Deus. Não há dúvida de que a Redenção passa pelos dados da morte e ressurreição de Jesus. Morte que alcançará significado verdadeiro na perspectiva daqueles que crêem, não por si mesma, mas a partir do momento que for pensada como ponto inicial para realização do Reino de Deus, ou seja, aqueles que crêem serão redimidos quando se unirem a Cristo por meio de uma morte mística. Em outras palavras é a passagem do estado natural e exterior para uma esfera sobrenatural e interior.
Nesse sentido morrer e ressuscitar com Cristo como uma experiência espiritual parece estar presente no pensamento místico de Paulo como uma constante transformação do plano natural para o plano espiritual e ético. Espiritual porque estaremos em comunhão com Deus por meio de Jesus Cristo e ético porque essa mesma comunhão é acompanhada por uma verdadeira transformação de conduta. Por esse motivo, a experiência de morrer e ressuscitar com Cristo deverá estar presente em todas as circunstâncias da vida do crente, em todo seu pensar e agir; experiência essa que será a porta de entrada para a vida eterna.
O Reino de Deus antes de ser um estado físico e externo, deve ser um estado espiritual e interno, ou seja, deve brotar e germinar puramente no interior, não visando sucesso algum visível, mas fazendo com que os eleitos irradiem a luz do Reino de Deus no mundo. Essa crença no Reino de Deus cresce por meio da força do Espírito de Deus que habita em nós.

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