quinta-feira, maio 1

Assunção de Moisés

No meu posto anterior disse que entre o século II antes de Cristo e o fim do século I da era cristã, os judeus compuseram um número muito importante de apocalipses. Além disso, disse que apareceram mesmo verdadeiras colecções de obras, reunidas e difundidas à volta dum grande nome entre os antepassados: Henoc, Moisés, etc. O meu último posto era sobre os livros de Henoc. Este presente posto é sobre um outro livro de Apocalipse: Assunção de Moisés.

Assunção (ou Testamento) de Moisés:-

Dá-se este nome a um texto que provavelmente não é senão uma parte duma obra mais vasta, que devia originalmente compreender dois livros diferentes: o Testamento de Moisés e a Assunção de Moisés. O único texto que hoje conservamos desta obra corresponde ao género de “testamento”; provavelmente é preciso identificá-lo com a primeira mais do que com a segunda das obras referidas.
Tal como se apresenta, a referida Assunção de Moisés engloba uma profecia de tipo apocalíptico; Moisés tê-lo-ia redigido e deixado ao seu sucessor, Josué. Nele se descreve de novo a história do povo escolhido, da entrada em Canaã até ao fim dos tempos, por outras palavras, até ao período exacto em que viveu o autor real da obra.

Este texto é habitualmente datado do princípio do primeiro século cristão, ente o ano 3 antes de Cristo e o ano 30 depois de Cristo. Seria assim contemporâneo de Jesus e teria sido composto num meio de tendência farisaica: manifesta hostilidade para com os Saduceus e sentimentos fortemente nacionalistas. Nele se reflectem muitos aspectos da esperança judaica no tempo de Jesus.

Redigido primeiramente em hebraico ou em aramaico, esta obra foi conservada numa tradução latina, por sua vez feita sobre uma versão grega, de que se encontram alguns restos nos Padres gregos (Orígenes).

Daivadas V Thomas

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