quarta-feira, abril 30

Os livros de Henoc (Alguns livros de Apocalipse)
Entre o século II antes de Cristo e o fim do século I da era cristã, os judeus compuseram um número muito importante de apocalipses. Apareceram mesmo verdadeiras colecções de obras, reunidas e difundidas à volta dum grande nome entre os antepassados: Henoc, Moisés, etc. Os cristãos utilizaram-na de imediato, por vezes ao mesmo título que os próprios textos bíblicos; copiaram-na, traduziram-na e, por vezes, até a corrigiram de bom grado a seu próprio proveito. Paralelamente e no extremo oposto, os judeus da Sinagoga, definindo o seu cânon das Escrituras, rejeitaram-na e iriam ignorá-la totalmente. Estes livros ficaram a dever a sua conservação em exclusivo ao Cristianismo, que os rejeitou igualmente como “apócrifos”, quando por sua vez traçou também os limites canónicos da sua própria Bíblia. Os seguintes são alguns dos livros apocalipses. Os livros de Henoc, O livro dos Jubileus, Odes de Salomão, Os Testamentos dos Doze Patriarcas, Os oráculos sibilinos, Assunção de Moisés, O Apocalipse siríaco de Baruc, O quarto livro de Esdras.
Os livros de Henoc:- O patriarca Henoc, de quem o livro do Génesis diz que “caminhou com Deus” antes de ser levado para os céus (Gn 5, 24), o mesmo que o autor do Eclesiástico apresenta como “um prodígio de ciência para todas as gerações” (Ecli 44, 16), estava indicado para intervir com lugar de destaque na literatura apocalíptica. Colocado no horizonte mais vasto das tradições antigas, ele era, ainda por cima, na Bíblia, na sua qualidade de sétimo patriarca anterior ao dilúvio da tradição babilónica, Enmeduranki, tal como ele destinatário da revelação dos segredos divinos e pessoa a quem foram entregues as tabuinhas dos deuses. Assim, Henoc, o iniciado nos mistéris celeste, se tenha tornado num herói que dá o seu nome a um grande conjunto de apocalipses. Os restos da imensa literatura henoquiana chegaram até nós principalmente pela via de dois livros: o livro etíope de Henoc e o livro eslavo de Henoc.
O Livro etíope de Henoc: É um dos maiores apocalipses judaicos. Compilado em cinco partes, compreende cento e quatro capítulos de exortações e de profecias sobre o fim do mundo, textos dispersos na origem e em parte orais. O seu nome “Henoc etíope” vem-lhe do facto de ter sido em etíope que ele chegou completo até nós, por meio da Bíbia etíope que o contava como livro sagrado. È de origem palestinense, dum ambiente próximo dos fariseus. A sua língua original é o hebraico ou o aramico. A angelologia e a demonologia ocupam um lugar importante neste livro.
O livro eslavo de Henoc: É um livro tipicamente apocalíptico, escrito em grego, no século I da era cristã, por um judeu ou por um judeo–cristão palestinense e conservado em eslavo antigo. O patriarca Henoc realiza uma viagem através dos “sete céus” e recebe uma série de revelações. É-lhe descrito a criação do mundo e os segredos do futuro são-lhe desvendados.
Daivadas V Thomas

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