quarta-feira, maio 21

«Voltei novamente a Damasco»

Após dois anos de reflexão sobre Deus, o homem e si mesmo, Saulo voltou a Damasco, onde deveria ter demorado um ano. «Não subi a Jerusalém, escreveu na carta aos Gálatas, para junto daqueles que eram apóstolos antes de mim, mas desci à Arábia, e voltei outra vez a Damasco» (Gal. 1, 17).A cidade tinha mudado muito, já não era administrada pelos romanos. Tibério tinha morrido cheio de remorsos e fantasmas, na ilha de Capri. O povo humilde desta ilha afirma que o seu espírito ainda vagueia pelos lugares ermos da formosa estância de turismo internacional. Como imperador sucedeu-lhe Calígula que, antes de enlouquecer, concedeu aos povos do Oriente uma certa autonomia, e o legado imperial da Síria, Vitélio, entregou Damasco ao rei dos beduínos, Aretas de Petra. Os judeus comerciantes alegraram-se com a nova liberdade, e o rei para os cativar aumentou-lhes a autonomia.Saulo veio morar em casa do seu amigo Judas e começou a anunciar Jesus como Messias, que lhe aparecera junto à porta da cidade. Quando entrou na sinagoga, os judeus enfureceram-se e pretendiam matá-lo. Apareceram assassinos para liquidar o apóstolo. Os comerciantes judeus conseguem subornar o monarca árabe que ordena a colocação de sentinelas nas portas da cidade, de dia e de noite, para prenderem Saulo.O convertido de Damasco confiava no Senhor que lhe aparecera e o escolhera como vaso de eleição. Durante a noite alguns irmãos conduzem-no a uma casa encostada à muralha da cidade e fazem-no descer dentro de um cesto, amarrado com fortes cordas e assim saiu da cidade. O apóstolo seguiu para Jerusalém. Durante cerca de oito dias percorreu a estrada que há três anos o conduzira como perseguidor de cristãos até Damasco.

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