
A cor verde, normalmente associada à esperança do homem, representa ocultamente o fogo frio; o vermelho, significando o sangue derramado pelos que lutam e morrem pela pátria (celeste), representa ocultamente o fogo quente.
O conto da serpente verde e da linda Lilie é expressão do gosto preferencial de Goethe pela cor verde e do seu significado alquímico. Todos os personagens do conto passam por grandes transformações e alcançam um estado mais elevado.
Paulo de Tarso, normalmente representado com vestes verde/vermelho, é a grande figura a ser decifrada por todos os leitores que anseiam por ir além da superfície dos fogos e concluir percursos das suas próprias vidas distantes do passado.
Podemos procurar decifrar a figura de Paulo de Tarso, a partir da sensibilidade de Van Gogh que “procurava exprimir com o vermelho e o verde as terríveis paixões humanas” e da psicologia de Jung que associava o vermelho ao sofrimento. Segundo Fabrício Alves “as cores influenciam psicologicamente os seres humanos de várias maneiras e são mais ligadas à emoção do que à forma.” (1) Ora, a figura de Paulo de Tarso permanece um enigma análogo à figura enigmática do anjo de Portugal (2) no filme de Manoel de Oliveira Cristóvão Colombo: o enigma.
No entanto, podemos perceber que a cor verde e o vermelho representam a junção do psíquico e do somático: o homem psicossomático. Não só o homem Paulo de Tarso, mas também todos e cada um de nós, que nele nos projectamos.
As nossas próprias vidas ganham um sentido, tendo como ponto de partida Paulo de Tarso. É um sentido que se exprime na expansividade da cor verde e na impetuosidade do vermelho: o sentido do enamoramento por Cristo.
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(1) ALVES, Fabrício, As cores, in portaldapsique.blogspot.com
(2) O anjo de Portugal aparece na linguagem cinematográfica de Manoel de Oliveira com as vestes das cores predominantes da bandeira de Portugal: a cor verde e o vermelho, enquanto na linguagem da teologia fatimita as suas vestes têm a cor branca da pedra.
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HELENA FRANCO
2008-05-29
(2) O anjo de Portugal aparece na linguagem cinematográfica de Manoel de Oliveira com as vestes das cores predominantes da bandeira de Portugal: a cor verde e o vermelho, enquanto na linguagem da teologia fatimita as suas vestes têm a cor branca da pedra.
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HELENA FRANCO
2008-05-29
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