quarta-feira, maio 14

“Não faz acepção de pessoas” (Gl 2,6)

É o próprio Paulo que nos ajuda a esclarecer o que há de mais importante nessa nova vida, o que suplanta todas as outras realidades existenciais: a realidade da fé que age pela caridade.
Posto isso, observamos que a acção de Paulo se dirige a todos os grupos que encontra. A pregação não se restringe ao espaço da sinagoga. Não há selecção de pessoas, não há grupo especial para se anunciar o desígnio de Deus, pois o Pai do Verbo Encarnado “não faz acepção de pessoas” (Gl 2,6), mas acolhe a todos, circuncisos e gentios, judeus e gregos, escravos e livres, homem e mulher. A esta observação se deve salientar o dado fundamental: a universalidade do desígnio de Deus se manifesta na comunicação divina, a todos que se reúnem em torno do Cristo que ressuscitou dos mortos e iluminou as trevas da humanidade com a luz da sua ressurreição.
O que determina nossa existência humana é a relação que estabelecemos com Aquele que operou em Pedro e Paulo a fim de que todos tenhamos acesso ao Reino; o relacionamento com o “Verbo que se fez carne e habitou entre nós.” Mediante essa realidade, todos os homens, sem distinção, acolhendo a graça da fé, participam do desígnio salvador de Deus. O que passa a importar nessa nova realidade é a adesão pessoal, livre e consciente do homem. Deus acolhe a todos os que se deixam seduzir por seu amor.

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