sexta-feira, maio 30

A inteligencia em Paulo

Assim também vós: já que estais ávidos dos dons do Espírito, procurai adquiri-los em abundância, mas para edificação da assembleia. Por isso, o que fala em línguas reze para obter o dom da interpretação. Porque, se eu rezo em línguas, o meu espírito está em oração, mas a minha inteligência não colhe frutos. Que fazer, então? Rezarei com o espírito, mas rezarei também com a inteligência; cantarei com o espírito, mas cantarei igualmente com a inteligência. De outro modo, se tu elevas um cântico de louvor só com o espírito, como pode o que participa como simples ouvinte responder «Ámen» à tua acção de graças, visto que não sabe o que dizes? A tua acção de graças será certamente muito bela, mas o outro não tira qualquer proveito.

1 Cor 14, 12-17

A psicologia define inteligência como “capacidade de adaptação”. Na concepção paulina, a inteligência é capacidade de comunicação, é poder hermenêutico. É administradora dos dons do Espírito de forma a que sejam dons para os outros. Coloca a inteligência, a par do espírito, como protagonista da oração, como factor que proporciona a harmonia. É ela que dota a oração de compreensibilidade, que torna proveitoso para os outros a nossa vida interior. É a chave da porta. O Espírito que nos faz falar é assim o mesmo Espírito que nos faz pensar; pensar sobre o que falamos, sobre o modo de falarmos. A inteligência torna-nos partilháveis; é o “funil” de expressão que faz com que a embriaguez que o Espírito gera se torne comunicável.

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