sexta-feira, maio 30

Imitadores de Cristo

Paulo viveu e pensou a sua vida numa dinâmica de «imitação de Cristo». Tornando-se cristão aceita e deseja imitar Jesus, o Kyrios da sua vida, e isto deseja que também o façam os demais cristãos, por isso, na primeira carta que escreve, sublinha duas vezes «imitadores»:

«Vós fizestes-vos imitadores nossos e do Senhor, (…) tendo-vos, assim, tornado um modelo para todos os crentes na Macedónia e na Acaia» (1 Tes 1,6-7)

«De facto, irmãos, vós tornastes-vos imitadores das igrejas de Deus, que estão na Judeia, em Cristo Jesus» ( 1 Tes 2,14)

Mas, como diz Michel Trimaille, na «Primeira carta aos Tessalonicensses» a imitação não significa uma decisão moral. Ninguém decide por si mesmo ser vítima da perseguição ou estar submetido ao sofrimento senão pela acção do Espírito Santo.

Os Tessalonicenses fixaram-se na história pelo seu testemunho de como souberam aceitar os sofrimentos e a perseguição por causa de Cristo. É um convite que Paulo faz às primeiras comunidades cristãs para que sendo imitadoras se tornem, por sua vez, modelos para outros. Desta forma também os Tessalonicenses se tornaram modelo para os crentes da Macedónia e da Acaia.

Para Paulo a «imitação de Cristo» realiza-se através da fé n’Ele. Esta «imitação» passa pelo nosso «viver em Cristo» que é igual ao nosso «existir em Cristo».

Cristo é a fonte, o modelo e o autor da vida cristã. A grande descoberta de Paulo foi a de Jesus, como Senhor de toda a sua vida. Esta descoberta leva a que cada um seja chamado a servir o « Deus vivo e verdadeiro» (1 Tes 1,9)

É por obra do Espírito que nos unimos e nos assemelhamos a Cristo, reproduzindo em nós a vida de Cristo, morto e ressuscitado.

Em Paulo abundam as expressões «cristoimitativas» que sublinham a identificação do cristão com Cristo:

-Vivemos com Cristo.
-Sofrer com Cristo.
-Herdeiros com Cristo.
-Crucificados com Cristo.
-Morrer com Cristo.
-Sepultados com Cristo.
-Ressuscitados com Cristo.
-Glorificados com Cristo.
-Reinaremos com Cristo.

Ser cristão é um processo pelo qual Cristo «cresce em nós», tornando-nos participantes da sua própria identidade, da sua forma existencial, concretizada na vida de cada um.

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