sexta-feira, maio 16

Filhos de Deus no Filho (Gálatas)

Com a conversão e a fé em Cristo, Paulo reconhece a igualdade entre todos diante de Deus, que pela fé são baptizados em Cristo não existindo mais diferença: todos passam a ser de Cristo, filhos de Deus no Filho. Pois essa fé é para todos, ou seja, qualquer pessoa pode se unir a Cristo na comunidade cristã. Paulo finaliza esses versículos resgatando a história da salvação ao remeter a Abraão, todos são da descendência abraámica, pela fé receberão o fruto da promessa, a justiça de Deus.
A espiritualidade desses versículos é grandiosa, é uma espiritualidade fundada na graça de Deus, acolhida pelo dom da fé e no encontro pessoal com a Pessoa Jesus Cristo, que nos torna seus discípulos e rompe com todas as barreiras das diferenças, do preconceito e da exclusão. O encontro com Cristo liberta para amar como Ele amou.
A justificação vem pela fé como também o amor, pois esse é a manifestação da fé. “Pois, em Cristo, nem a circuncisão vale alguma coisa, nem a incircuncisão, mas sim a fé que actua pelo amor.” (Gl 5, 6). A fé é o fundamento de tudo, mas ela não é descomprometida com o mundo e com o projecto do Reino de Deus anunciado por Jesus de Nazaré. A fé age pelo amor como aconteceu com Jesus, que alimentado pela intimidade com o Pai e no Espírito, como homem pleno, levou sua missão até o fim por amor. Jesus foi obediente e fiel ao desígnio do Pai pela fé no amor. Esse gesto é responsável objectivamente pela salvação da humanidade e torna o ser humano justo aos olhos de Deus. Paulo combate as obras da Lei, mas não as do amor, a fé leva ao amor, isto é, a agir como Cristo agiu sendo sempre seu discípulo que, por uma relação íntima espiritual com o Pai, recebe seus ensinamentos e seu Espírito. E se a fé em Cristo, segundo a Carta aos Gálatas passa por sua crucificação, morte e ressurreição, compreender sua mística, tendo em vista a justificação pressupõe realizar a experiência de estar com Cristo crucificado.

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