terça-feira, maio 20

Comunidade dos Romanos

A comunidade dos Romanos
1- A relevância da pregação de Paulo no plano da salvação
Paulo qualifica o mistério como plano estabelecido por Deus para salvar os homens. Vejamos Rm 15, 25-26 «Agora vou a Jerusalém prestar um serviço aos cristãos. A Macedónia e a Acaia resolveram fazer uma colecta em favor dos cristãos pobres da comunidade de Jerusalém». 1 Cor 2, 7-10 «Ensinamos uma coisa misteriosa e escondida: a sabedoria de Deus aquela que Ele projectou desde o princípio do mundo para nos levar à sua glória». Este plano de salvação já é elaborado desde a eternidade, isto quer dizer que Deus é a própria sabedoria.
Na carta aos Efésios Paulo se apresenta como aquele que teve um grande privilégio de participar na lógica da revelação de forma especial. Ef. 3, 2-5 «Certamente, ouvistes falar do modo como a graça de Deus me foi confiada em vosso benefício. Foi por revelação que Deus me fez conhecer o mistério que acabo de expor brevemente …». Por outro lado, a revelação do mistério de Deus parece ter a marca de uma exigência que é a de anunciar o evangelho aos pagãos a insondável riqueza de Cristo. A pregação do evangelho é o instrumento pela qual os pagãos são introduzidos a entrar na herança judaica e pela mediação de Cristo eles têm acesso ao Pai e a u só Espírito. Ora, o plano de salvação não se revela apenas pela pregação, mas revela-se também na própria pessoa de Cristo, Cristo é a causa da pregação.
Duas linhas a ter me conta: a) A motivação e a finalidade da salvação, b) os efeitos do baptismo.
A motivação e a finalidade de salvação: «Contudo para nós existe um só Deus: o Pai d’Ele tudo procede, e é para Ele que existimos. E há um só Senhor, Jesus Cristo, por quem tudo existe e por meio do qual nós existimos». Ora, Deus é o Alfa e o Ómega , Ele é a essência de tudo que existe, e Jesus é o fim pela qual tudo foi criado, então, Jesus é associado no seu acto criador.
As decisões divinas estão em baixo de todas as motivações humanas, porque a grandeza de Deus não cabe no nosso quadro mental ou na nossa arquitectura existencial. Este Deus é o Deus da misericórdia como diz S. Paulo aos efésios 2, 4-6 «Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos a vida juntamente com Cristo, quando estávamos mortos por causa das nossas faltas. Na pessoa de Jesus Cristo, Deus ressuscitou-nos e fez-nos sentar no céu». Ora, a gloriosa presença do crente no céu é a realização concreta do plano salvífico.
Cristo é o instrumento de salvação: duas palavras a acentuarem: «chrestotés e a filantropia» de Deus nosso Salvador. O amor de Deus, se torna efectiva num preciso momento da história… chrestotés tem o sentido de bondade no sentido das bem-aventuranças, com o acento posto sobre a generosidade e a liberdade; e filantropia literalmente é o amor humano, e na língua de koiné pode ser sinónimo de chrestotés, mas acentua a universalidade dos favores divinos e orienta o pensamento para uma expressão precisa e concreta do amor do Pai, encarnação de Cristo.
b) Os efeitos do baptismo: o baptismo para Paulo é as vezes um começo ou então, libertação, inauguração. Pelo baptismo o homem torna a vida, ou seja, passa da morte da vida. «Deveis deixar de viver como viveis antes, como homem velho que se corrompe com paixões enganadoras» Cf. Efésios 4, 22. «Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela; assim, Ele a purificou com o banho de água e a santificou pela palavra». Cf. Efésios 5, 25-26. Vemos que Cristo é o modelo de amor pela qual todos devemos seguir… A igreja é cada crente.

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