quarta-feira, maio 14

Comunidade dos Romanos

Comunidade dos Romanos
Rm 4, 23-25. “Não é só por causa dele que está escrito foi-lhe atribuído, mas também por causa de nós, a quem a fé será tida em conta, nós que acreditamos naquele que ressuscitou dos mortos Jesus, Senhor nosso, entregue por causa das nossas faltas e ressuscitado para nossa justificação”. Rm 5,1. “Portanto, uma vez que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”.
“Uma vez que a rebelião contra Deus tinha colocado o homem sobre a cólera de Deus, fazendo que cada um fosse inimigo de Deus, a fé que acolhe a diligência de Deus em Cristo, mete o pecador ao benefício desta ruína de situação”. O crente é introduzido numa relação nova com Deus, que são caracterizadas por duas palavras: paz, acesso a graça. A um estado de inimizade surge a paz. Palavra que indica o carácter formal desta relação.
A paz de Deus não é a paz do cemitério, ela é um acesso a uma graça que abre as perspectivas que o pecado tinha impedido. O pecado tinha consumado uma ruptura, Cristo veio restabelecer a comunicação interrompida. Em Cristo, pela fé o crente encontra um caminho para se aproximar do seu Deus. Aproximação a Deus é a única esperança que faz com que a pessoa contemple a glória de Deus.
A dimensão desta esperança exprime-se de forma profunda com uma significação própria. a) A atitude típica do pecador é de se glorificar a si próprio, é de procurar a sua própria glória e apoiar-se nas suas próprias forças. É por isso que o pecado é por excelência a recusa de dar glória e graça a Deus como Deus. b) Esta atitude interior se manifesta na pretensão de ganhar a vida a favor de Deus, por aquelas obras que Paulo chama «obras da lei». Deus em Jesus manifestou a sua vontade de libertar o homem em totalidade.
A esperança suscita sempre uma contradição com o que se faz como actual, como momento. A esperança escatológica dos Judeus tinha sublinhado esta oposição do mundo antigo ao mundo novo, em escrevendo no esquema dos acontecimentos; isto foi para traduzir em termos da história uma verdade ontológica e psicológica, essencial a toda a teologia da transcendência. Em todo caso, a contradição, mesmo dolorosa entre aquilo que nós esperamos e aquilo que está presentemente, entre aquilo que somos e aquilo que seremos, tem como sentido enviar o crente a um único poder capaz de triunfar deste conflito. A fragilidade do homem faz aparecer a grandeza e a força de Deus. Esta é a experiência do apóstolo. O pecador é por definição um homem sem força…

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