terça-feira, maio 20

Ainda acerca da Espada…

Quem aprofundar as cartas de Paulo, tentando encontrar nelas como que uma autobiografia escondida do Apóstolo, reconhecerá logo, que com o símbolo da espada, o instrumento da paixão, não se diz só algo sobre os últimos momentos da vida de São Paulo. A espada pode efectivamente caracterizar a sua vida toda: “Combati o bom combate”, diz ele no momento da morte a Timóteo, seu discípulo preferido, fazendo a retrospectiva da sua vida (2 Tim. 4,7).

É por estas palavras que Paulo é descrito como um combatente, um homem de acção, uma natureza violenta. Uma observação superficial sobre a sua vida pode dar azo a este equívoco: Percorreu em quatro grandes viagens uma grande parte do mundo conhecido de então, tornando-se verdadeiramente o apóstolo das gentes, que levou o Evan­gelho de Jesus Cristo “até aos confins da terra”. Através das suas cartas procurou manter a unidade das comunida­des que fundou, contribuir para o seu crescimento e cuidar da sua perseverança.

Temperamental, soube enfrentar adversários que nunca lhe faltaram. Investiu todos os meios na “obrigação da evangelização que lhe foi imposta (1 Cor 9, 16), com a maior eficácia possível. Assim, será sempre apresentado como o grande activista, como patrono dos inventores das novas estratégias da pastoral e da missão. Esta visão não está errada, mas não é o Paulo total; na realidade, quem assim o vê, perde o essencial da sua figura.

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