sexta-feira, abril 4

O PRIMEIRO ESCRITO DO N.T.

Num determinado momento concreto da sua actividade missionária Paulo decide tomar a “pluma”, forçado pelas circunstâncias. Esta carta escrita desde Corinto, pouco depois da precipitada saída de Tessalónica e da passagem fugaz por Bereia e Atenas por volta do ano 50.

Paulo queria ter voltado a Tessalónica, mas pela impossibilidade de se deslocar pessoalmente a esta cidade- “Por isso, tínhamos decidido ir ter convosco - eu, Paulo, mais que uma vez - mas Satanás no-lo impediu” - (1 Tes 2, 18), pensa que o melhor para saber noticias da comunidade é enviar Timóteo para saber noticias da comunidade e animar a comunidade de Tessalónica “Por isso, não podendo resistir mais, aceitámos que nos deixassem sós em Atenas, e enviámos Timóteo, nosso irmão e colaborador de Deus no Evangelho de Cristo, para vos confirmar e encorajar na vossa fé, para que ninguém se desencaminhe no meio destas tribulações” (1 Tes 3,1.3).

Com a intencionalidade de dar ânimo à comunidade, e dar graças pela forma como a comunidade está caminhando, “Que acção de graças poderemos nós dar a Deus por toda a alegria que gozamos, devido a vós, diante do nosso Deus?” (1 Tes 3,9), surge esta carta, que é provavelmente o primeiro escrito do Novo Testamento: a 1ª carta aos Tessalonicenses.

A carta está toda ela impregnada de recordações agradáveis e com uma entoação de saudade.
Em 1 Tes 2,17-3,10 encontramos uma grande vivacidade na linguagem. Este texto mostra uma magnífica dinâmica emocional e de comunicação que surgiu nas primeiras comunidades paulinas.

Esta carta tem um carácter de primícia que marca como um escrito “especial” dentro das cartas de Paulo: uma frescura na sua linguagem, convertendo esta carta numa carta próxima, atraente e por vezes até íntima:
  • conhecendo bem, irmãos amados de Deus (1,4)
  • fomos, antes, afectuosos no meio de vós, como uma mãe que acalenta os seus filhos quando os alimenta (2,7)
  • tanta afeição sentíamos por vós, que desejávamos ardentemente partilhar convosco não só o Evangelho de Deus mas a própria vida, tão queridos nos éreis (2,8)
  • tal como um pai trata cada um dos seus filhos, também a cada um de vós exortámos, encorajámos e advertimos a caminhar de maneira digna de Deus (2,11-12)
  • nós, irmãos, órfãos de vós por breve tempo, longe da vista mas perto de coração, redobrámos esforços para rever o vosso rosto, porque tínhamos um ardente desejo (2,17)
  • desejando-nos ver tal como nós a vós (3,6)
  • encontrámos reconforto em vós (3,7)

Sem comentários: