quarta-feira, maio 28

Martírio

Paulo será decapitado com a espada sobre a terceira pedra milhar da Via Ostiense, no lugar chamado "Aquae Salviae", e será sepultado onde hoje está construída a Basílica de São Paulo Fora dos Muros. Segundo o belíssimo testemunho da tradição, a sua cabeça decepada ricocheteará três vezes na terra, fazendo jorrar dela três fontes, prefigurando a água viva que do apóstolo e do Evangelho por ele anunciado continuará a correr na história até os confins do mundo e até o fim dos tempos. Muitas são as analogias com a Paixão de Cristo: também para Paulo a prisão é traiçoeira, assim como o foi sua missão (Act 21); também Paulo permanece sozinho (2Tm 4,9-18), porém sempre traz consigo aquele que lhe dá força: "Por isso luto e me canso, com a força que vem daquele que age em mim com potência" (Cl1,29). Diferentemente de Jesus, Paulo defende-se com vários discursos, mas fá-lo sobretudo, para aproveitar da ocasião para anunciar Cristo. Completa, assim, a paixão de seu Senhor a quem se entregou de corpo e alma e, assim como seu Senhor, oferece sua vida em favor da Igreja, selando o seu amor no eloquente silêncio do martírio. O grande evangelizador conclui a sua vida terrena falando da mais alta e irrepreensível das cátedras: a do martírio.

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