Paulo queria ter voltado a Tessalónica, mas pela impossibilidade de se deslocar pessoalmente a esta cidade- “Por isso, tínhamos decidido ir ter convosco - eu, Paulo, mais que uma vez - mas Satanás no-lo impediu” - (1 Tes 2, 18), pensa que o melhor para saber noticias da comunidade é enviar Timóteo para saber noticias da comunidade e animar a comunidade de Tessalónica “Por isso, não podendo resistir mais, aceitámos que nos deixassem sós em Atenas, e enviámos Timóteo, nosso irmão e colaborador de Deus no Evangelho de Cristo, para vos confirmar e encorajar na vossa fé, para que ninguém se desencaminhe no meio destas tribulações” (1 Tes 3,1.3).
Com a intencionalidade de dar ânimo à comunidade, e dar graças pela forma como a comunidade está caminhando, “Que acção de graças poderemos nós dar a Deus por toda a alegria que gozamos, devido a vós, diante do nosso Deus?” (1 Tes 3,9), surge esta carta, que é provavelmente o primeiro escrito do Novo Testamento: a 1ª carta aos Tessalonicenses.
A carta está toda ela impregnada de recordações agradáveis e com uma entoação de saudade.
Esta carta tem um carácter de primícia que marca como um escrito “especial” dentro das cartas de Paulo: uma frescura na sua linguagem, convertendo esta carta numa carta próxima, atraente e por vezes até íntima:
- conhecendo bem, irmãos amados de Deus (1,4)
- fomos, antes, afectuosos no meio de vós, como uma mãe que acalenta os seus filhos quando os alimenta (2,7)
- tanta afeição sentíamos por vós, que desejávamos ardentemente partilhar convosco não só o Evangelho de Deus mas a própria vida, tão queridos nos éreis (2,8)
- tal como um pai trata cada um dos seus filhos, também a cada um de vós exortámos, encorajámos e advertimos a caminhar de maneira digna de Deus (2,11-12)
- nós, irmãos, órfãos de vós por breve tempo, longe da vista mas perto de coração, redobrámos esforços para rever o vosso rosto, porque tínhamos um ardente desejo (2,17)
- desejando-nos ver tal como nós a vós (3,6)
- encontrámos reconforto em vós (3,7)