quarta-feira, maio 28

6. Terceira demonstração Gal 4, 8-5, 12

Relativamente à terceira demonstração, encontramos em 4,8-5,12 o conteúdo do evangelho Paulino. Aqui Paulo volta novamente aos destinatários da Carta, para os reprovar nas escolhas que estão fazendo. Por isso o tom da Carta é novamente violento, como em Gal 1, 3-10 e 3, 1-5.
A composição argumentativa desta selecção é semelhante à demonstração precedente: à apóstrofe de 4, 8-11 sucede a “probatio” protética de 4, 12-5,1; contudo, a “peroratio” de 5, 2-12 sintetiza e amplifica a demonstração. Por isso, a “protresi” divide-se em “elogium” aos Gálatas, 4, 12-20 e “midrash” alegórico 4, 21-5,5. Todavia, é importante salientar que o elemento unificador da terceira demonstração é a “propositio” de Gal 3, 6-7 em que Paulo convida os Gálatas à “filio-aliança abraâmica”, realizada mediante a fé e não com a Lei. Com tal demonstração, ele acrescenta uma nova prova à exposição do Evangelho, a respeito de Gal 3, 6-7 a filio-aliança que os Gálatas receberam são de origem da fé e não da Lei, mas é incompatível com a mesma Lei. A pertença à “Jerusalém de Jesus” implica o superar de toda a distinção entre a circuncisão e a incircuncisão.
Portanto, em Gal 4, 8- 5, 12, Paulo não procura convencer os Gálatas à circuncisão, mas sensibilizá-los para uma nova identidade. Podemos afirmar que a ênfase da circuncisão é situacional: contudo, a partir de Gal 5, 6 a circuncisão é fundamental. A problemática sobre a Lei demonstra-se como funcional a respeito sobre aquela nova filio-aliança: o centro da terceira demonstração Paulina encontra-se na dimensão escatológica do ser cristão.

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