A escolha da cidade de Corinto fazia perfeito sentido dentro do projecto de evangelização de Paulo. Enquanto o cristianismo traçado nos Evangelhos é muito rural, Paulo percebe que as cidades são a chave para a difusão da verdade cristã. A certo ponto ele diz na Carta aos Romanos que já preencheu o espaço no Oriente e não tem mais espaço para trabalhar. Com um número ínfimo de cristãos dispersos pelo império oriental, como é que pode estar preenchido com o Evangelho? Um olhar mais atento ao mapa mostra que cada lugar está numa estrada ou porto romano e que são grandes centros de comércio e migração.
A cidade de Corinto por volta do ano 50 um centro principal e expansivo duma província romana no oriente grego. Havia dois portos, de o lado Egeu e Adriático, e assim a cidade servia de ponto de passagem para negócios romanos pelo mediterrâneo fora. Para os negócios havia muitos materiais de luxo: couro, linho, vinho, óleos e mármore, o que apelavam aos residentes ricos da cidade. Quando Paulo chegou deve ter visto logo um grande esplendor romano no meio da cidade. A cidade de corinto era quase como uma cidade monumental construída à volta duma cidade grega mais antiga, com o grande Templo de Apolo. Este templo foi construído no século VI a.C. e sete das suas colunas altas ainda estão hoje de pé. (ver imagem)
A tradição relata que as primeiras pessoas a quem Paulo levou a sua mensagem foram pessoas da mesma profissão, incluindo Priscila e Áquila. Não há certezas de que tipo de artesão era Paulo (de classe alta? de uma família de negócios?), mas é razoável pensar que Paulo teria tido uma certa confiança nos mercados de Corinto. As cartas paulinas indicam que Paulo tivesse convertido também classes altas. Nomes mencionados são Cloé (1,11), Estéfanes (16,15), Crispo e Gaio (1,14). Estéfanes (Rm 16,23; 2 Tim 4,20) poderia possivelmente ser de uma inscrição em corinto de um tesoureiro com esse nome. A diversidade é com certeza um elemento base da sociedade de Corinto.
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