CARTA AOS ROMANOS

3). A existência do crente (6-8).

Nestes capítulos Paulo expõe em que consiste a salvação que Cristo traz para a humanidade inteira.
Rm 6, 1-13 estabelece estreita relação entre baptismo, morte e ressurreição. Na dialéctica entre graça e pecado o objectivo de Paulo é mostrar que a vida do baptizado é uma vida nova, marcada pela morte e ressurreição de Cristo. A morte de Cristo é uma morte salvadora e realizada uma vez por todas. Os cristãos, identificados com Cristo, são novas criaturas e não devem cair debaixo do domínio do pecado, que para Paulo é domínio da Lei. Os baptizados já não estão debaixo da Lei mas debaixo da graça (6, 15-23). A confirmação desta perspectiva temos em 7, 1-6-a vida dum cristão é vista como paga do dom de Deus é uma vida à margem da Lei. Assim a Lei não tem importância no âmbito da salvação de Deus em Cristo. No plano salvífico de Deus estão integrados todos os homens sem necessidade dum sinal de identificação com os judeus.
A pergunta decisiva de Rm 7, 7-25 é se a Lei é pecado. A resposta de Paulo é absolutamente negativa. O pecado como potência se apodera de todo sentimento da Lei e dos mandamentos. A Lei que estava destinada ao bem, para santificar a vida, por meio do pecado converte-se em acusação. É o pecado que domina a Lei e domina o “ego” e em vez de conduzir para a vida conduz para a morte. O homem carnal, aquele que depende só de si é vítima da Lei e do pecado. A resposta de Paulo é centrada na pessoa de Cristo: “não há condenação nenhuma para os que estão em Cristo”. Estamos não sobre o domínio da Lei mas do Espírito. Deus enviou o seu Filho e o Espírito para vencer o pecado e com o pecado a morte. É o Espírito que nos faz descobrir e experimentar que somos filhos de Deus.
A dimensão escatológica e o papel do Espírito são descritos nos vv. 18-30. É um dos textos mais belos de todo Novo Testamento. Afirmação no Rm 8, 23-25 é clara: fomos salvos na esperança. O futuro dum cristão não é a angustia mas a possibilidade dum kairos eterno.