quarta-feira, maio 28

8. Peroratio/Postscriptum Gal 6, 11-18

A carta aos Gálatas termina com o “postsciptum” 6, 11-18. A unidade desta perícope é universalmente reconhecida, cem que o égrapsa epistolar: Vede com que grandes letras vos escrevo pela minha mão! (v11) e a saudação final: A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com o vosso Espírito, irmãos! Ámen. (v 18) delimitam a perícope. Além disso no “postscritum”, como no “praescriptum”, muitos elementos epistolares são reduzidos ao essencial.
A composição desta perícope faz emergir os vv. 11 e 18 como introdução e conclusão do “postscriptum”. Por isso, nos vv. 12-13 Paulo lança uma acusação contra os opositores e nos vv. 14-17 reclama a si o conteúdo central irrevogável do próprio evangelho.
O “postscriptum” de 6, 11-18 assume modificações significativas por causa da sua função “perorante” no que respeita à demonstração que Paulo desenvolveu ao longo da Carta. Nesta perícope convergem muitos apelos à demonstração retórica. Também o apelo ao evangelho vem sintetizado no epifonema da nova criação v 15. O apelo ao “ethos” Paulino assume função exemplar no que respeita ao destinatário da carta (6,14.17): Paulo apresenta-se como modelo de adesão à vocação divina, concretizadas na cruz de Cristo. Contudo, o “pathos” dos destinatários resguarda o seu itinerário de adesão ao evangelho (6, 16). A sua corrida foi interrompida (5,7): Paulo espera que a sua carta lhes permita retomar o caminho escatológico, iniciado com a recepção do Espírito (3,2; 5,16).

Sem comentários: