sexta-feira, maio 30

Entre o riso e as lágrimas


“Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram.” Rm 12,15

“É que muitos - de quem várias vezes vos falei e agora até falo a chorar - são, no seu procedimento, inimigos da cruz de Cristo” Fl 3,18

“Eis o que vos digo, irmãos: o tempo é breve. De agora em diante, os que têm mulher, vivam como se não a tivessem; e os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem” 1 Cor 7,29-30a


São Paulo é um autor com uma grande amplitude emocional. Não teve medo de viver nem a alegria nem a tristeza nos seus píncaros. Nunca censurou as lágrimas chegando a denunciar as suas e por outro lado, nunca invejou nem ridicularizou a euforia dos alegres e dos felizes. Distancia-se assim do ideal estóico da ataraxia, e aproxima-se da espiritualidade das bem-aventuranças. Ele mostra-se ao longo do percurso das suas cartas uma plataforma multicolor das vivências humanas mais densas: o amor, a saudade, a tristeza, o encanto e o desencanto relacional, a alegria, a paixão. Paulo existe em carne viva; Cristo nele é uma ferida essencial e o remédio essencial.

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